terça-feira, 7 de junho de 2011

Impressões - Long Play


Por: Gonçalo Africano

Trailer Impressões

Impressões Trailer from Gonçalo Africano on Vimeo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Impressões

projecto teatral de Mário Trigo | Carla Dias | João Vicente | Fábio Ventura, a partir de Jean-Jacques Rousseau


10, 11 e 12 Fev. - 21h45 | 13 Fev. - 16h15 | Centro Cultural Malaposta
Olival Basto | Lisboa (Metro Sr. Roubado) | Tel.: 219 383 100

25 e 26 Mar. - 21h30 | 27 Mar. - 16h | Casa de Teatro de Sintra
Sintra (estação CP Portela de Sintra) | Tel.: 219 233 719
Integrado no programa de acolhimentos Chão de Oliva 2011


60 minutos | M/12

Sinopse
Em cena estão um homem e uma mulher que morreram há muito e ainda um outro que se lhes vem juntar. Não foram heróis mas ajudaram a mudar o mundo. Antes deles o mundo era diferente. Depois deles, o mundo é isto que temos agora. O passado antes deles não nos interessa e de nada serve. É somente objecto de estudo. Vale hoje o que cada um quiser, ainda que nesse querer já não (se) possa valer. Nós gostamos disso - que esse mundo que passou já não possa valer. No entanto, entre um e outro mundo, houve sangue. Correu nas ruas e nas praças sangue humano. Correu onde não sabemos que correu. Mas correu...

Rousseau isola-se, espera a morte sem inquietação, e dedica os seus últimos dias ao exame minucioso da sua vida. Convida-nos para uma conversa serena, fazendo-nos penetrar na intimidade da sua alma doente.
Morre inesperadamente na primavera de 1778 com sessenta e seis anos de idade, o que acontece na nossa presença! E nós evocamos a Revolução que aconteceu em 1789… no mesmo país da Europa onde viveu Jean-Jacques Rousseau.

Dentro do tempo, o que é que vales exactamente?
Dentro de uns anos – e não passarão muitos – alguém fará de nós um número, um fantasma, o que quer que seja, condescerá de que fomos importantes sem saber provavelmente em quê, para uma mudança que também não se saberá em que é que deu. Esgravatar no tema pode ser no entanto um bom exercício sobre o valor do efémero antes de passarmos à arqueologia.
Fernando Sousa, Dramaturgo

Ficha Técnica
Texto | a partir de Jean-Jacques Rousseau . Interpretação | Mário Trigo, Carla Dias e João Vicente . Luz, Som e Grafismo | Fábio Ventura . Espaço Cénico e Figurinos | Criação colectiva . Fotografia | Nuno Morais . Vídeo | Gonçalo Africano e Ana Sofia Sousa . Produção | Mário Trigo e Fábio Ventura

http://impressoesprojectoteatral.blogspot.com
T.: 965128766 (Mário Trigo) / 911007991 (Fábio Ventura)

Fotos













Impressões @ Centro Cultural da Malaposta
Fotos por Nuno Morais

Jean-Jacques Rousseau

Rousseau isola-se, espera a morte sem inquietação, e dedica os seus últimos dias ao exame minucioso da sua vida.
Convida-nos para uma conversa serena, fazendo-nos penetrar na intimidade da sua alma doente.
Com pensamentos, às vezes ampliados até à reflexão filosófica, respeitantes à sua visão da Moral, da Religião tal como ele a vive, revela-nos a sua aversão pela mentira, a sua ideia de Felicidade, seduz-nos com os seus pareceres sobre a solidão, não se esquece de nos testemunhar o seu amor ao próximo…

Vemos um Rousseau descontraído, mas também profundamente melancólico. Reconhece as suas fraquezas, o abandono dos filhos, a sua vontade absoluta de irreverência, que explica pela sua timidez e pela sua necessidade de Liberdade, e protesta veementemente contra o aparente fracasso da sua existência cuja responsabilidade atribui aos seus inimigos…

Encanta-nos com as imagens do seu passado vivido em locais paradisíacos, de que a Ilha de Saint-Pierre é um exemplo, enternece-nos com a lembrança do seu amor com Madame de Warens. Daqui emanam sentimentos luminosos que ele enquadra na sua filosofia de felicidade ligada à bondade original do homem: a felicidade de fazer o bem ao próximo, a felicidade de poder usufruir do nosso ser de acordo com o que a Natureza quiz…

Agora isolado dos homens, diz-se um caminhante solitário que procura os seus maiores prazeres no seio da Natureza, no apaziguamento das suas paisagens variadas, das suas linhas harmoniosas, na perfeição botânica que toca a sua alma de artista e que o fazem ascender para Deus…

Este momento em que Rousseau nos recebe, a vida tal como a vive agora, longe da cultura parisiense, permite-lhe desprender-se dos seus anseios, dos seus desejos mais imediatos que o atiravam irreflectidamente para a acção, e revelar-nos o seu pensamento sistemático em proveito da sua esfera privada onde prevalece a autonomia do seu “eu”; a sua paixão por uma natureza em festa, os seus “devaneios”…

Morre inesperadamente na primavera de 1778, na companhia de Thérèse em Ermenonville e com sessenta e seis anos de idade.
Morre assim, inesperadamente … o que acontece na nossa presença! E nós evocamos a Revolução que aconteceu em 1789… no mesmo país da Europa onde viveu Jean-Jacques Rousseau.